terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Lei de Moore está chegando ao fim?

Cientista afirma que, a partir de 2020, o conceito de duplicação do poder dos processadores a cada 18 meses deve acabar

A Lei de Moore é bastante conhecida no mundo da tecnologia. Criada em 1965 pelo então presidente da Intel, Gordon E. Moore, esse conceito sugere que o número de transistores em um processador dobraria a cada 18 a 24 meses ao mesmo custo. O padrão se mantém há anos, mas, segundo o cientista Michio Kaku, autor de diversos livros sobre física e futurologia, não deve se perpetuar por muito tempo. De acordo com o cientista, a famosa lei, que serve de parâmetro não somente para os computadores domésticos, mas para qualquer dispositivo digital, deve acabar em breve. A previsão é que a partir de 2020, a Lei de Moore não seja mais aplicável.

Em seu mais recente livro, "A Física do Futuro", Kaku afirma que os transistores serão tão pequenos que entrarão em colisão com as leis físicas. Um bit de informação se resumirá a um átomo, o que irá impor um limite físico ao desenvolvimento dos computadores.

Com isso, Kaku acredita que o Vale do Silício, região da Califórnia (Estados Unidos) onde se concentram as maiores empresas de tecnologia, poderá entrar em colapso. O motivo é simples: sem a Lei de Moore, não haverá nada que impulsione o aumento no poder de processamento na computação e, consequentemente, não haverá interesse do consumidor em adquirir novos produtos.

Esses argumentos apresentados pelo cientista não são exatamente novos e já foram discutidos até mesmo pelo próprio criador do conceito, em 2005. Outro pesquisador da área de concepção de computadores da IBM, Carl Anderson, também sugeriu que a Lei de Moore teria um breve fim. No entanto, Anderson acredita que o fim da lei deve ocorrer por outros motivos. Ele destaca que os engenheiros, atualmente, desenvolvem sistemas que exigem cada vez menos recursos do processador e que os custos para pesquisas de novos processadores estão cada vez mais altos.

De acordo com o pesquisador, três novas tecnologias - mais rápidas, sofisticadas e econômicas - de processadores emergentes também podem significar o término da Lei de Moore. São elas: os chips com conexões ópticas; os processadores 3D (com circuitos tridimensionais empilhados uns em cima dos outros); e os processadores com sistemas aceleradores.

O outro lado da moeda

Se para alguns a Lei de Moore deve acabar, para outros, como o professor de engenharia da Universidade de Stanford, Jonathan Koomey, o conceito de Gordon poderia ser ampliado. A nova máxima aposta que o consumo de bateria irá diminuir com o tempo, mas a eficiência no desempenho deve continuar crescendo.

De acordo com o site Technology Review, a teoria de Koomey se baseia nos aparelhos móveis como tablets e smartphones. Mesmo menores em tamanho, os equipamentos continuam recebendo melhorias em desempenho. O professor acredita que as atualizações não teriam limites e dependeriam, exclusivamente, da inteligência humana. "A idéia é que com uma carga fixa na computação, a quantidade de bateria que você precisa irá diminuir por duas vezes a cada ano e meio", comentou Jonathan Koomey.

No fim de 2010, a Intel levantou, por meio de análises e pesquisas, doze assuntos que iriam pautar o mercado de tecnologia no ano que vem. A companhia compartilhou um pouco da opinião de Koomey. "Inovações e técnicas de manufatura continuarão a desafiar os céticos que dizem que a Lei de Moore está morta. Isso significa que nos próximos anos, enquanto bilhões de novos dispositivos adquirem capacidade de computação e conectividade à Internet, eles terão melhor desempenho com mais características embarcadas no silício, ao mesmo tempo em que reduzirão dramaticamente o consumo de energia e ampliarão a duração da bateria", dizia a pesquisa.

Em maio deste ano, a Intel anunciou um avanço científico e uma inovação histórica, apresentando transistores chamados Tri-Gate, que serão adotados na tecnologia de produção dos próximos processadores. Para o CEO da companhia, esse marco vai muito além do acompanhamento do ritmo da Lei de Moore."Os benefícios da baixa voltagem e do baixo consumo de energia ampliam em muito o que normalmente vemos com a transição de um processo tecnológico para o próximo", concluiu o CEO.




fonte: olhar digital (por Stephanie Kohn)

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